AS 7 IGREJAS DO APOCALIPSE

 

 

ÉFESO

A cidade de Éfeso atualmente se chama Selçuk, localizada na Turquia, perto da desembocadura do rio Caistro, na costa ocidental da Ásia Menor. A cidade tinha um porto artificial, mantido por meio de dragagem, que se localizava na extremidade leste do mar Egeu e servia de embarque em direção à Grécia e a Roma. Esse porto fazia de Éfeso um local estratégico, tanto militarmente como comercialmente falando, atraindo, assim, várias nações poderosas para a região.

Após os domínios imperiais persas, gregos e dos reis de Pérgamo, o Império Romano conquistou a cidade, estabelecendo-se aí. Em 129 a.C., a província romana na Ásia Menor teve como capital a cidade de Pérgamo. Éfeso, contudo, por sua posição geográfica, era a principal metrópole, pois ligava Grécia e Roma, por mar e por vias terrestres, com a maior parte da Ásia Menor. Muitas mercadorias e grande fluxo humano alimentavam o movimento e a riqueza dessa cidade. Na época do Novo Testamento, Éfeso, com cerca de 250 mil habitantes, era uma das cinco principais cidades no mundo greco-romano, estando entre as mais poderosas e prósperas.

Sua grandeza e prosperidade transpareciam nas construções e no movimento em seu interior. A metrópole ostentava muitos prédios e espaços importantes, como ginásios de esportes, templos, teatros, mercados, bibliotecas e um arco do triunfo. As escavações arqueológicas apontam monumentos esplêndidos das épocas grega e romana:

a) o templo de Ártemis, composto de mais de cem colunas de mármore, uma das sete maravilhas do mundo antigo;
b) um grande teatro, com capacidade para cerca de 24 mil pessoas em suas arquibancadas;
c) uma praça do mercado (ágora, do grego), com inúmeras lojas.

Uma cidade com uma população mista: egípcios, gregos, ítalos, sírios, judeus, entre outros. Essa diversidade se refletia também em sua multiplicidade cultural e religiosa. Além do templo de Ártemis, vários outros templos e santuários da era romana foram descobertos ali, como o santuário dedicado a Serápis, deus egípcio. As evidências indicam que em Éfeso havia grande variedade de cultos de diversas religiões, sem mencionar a presença de diferentes escolas filosóficas e de magos.

Prosperidade, grandeza, beleza, poder e diversidade faziam de Éfeso verdadeira cidade cosmopolita. Nela circulavam muitas pessoas e muitas mercadorias por via terrestre e marítima, em uma busca desenfreada de bens, poder, prazer e honra (helenização). Esse era o espírito do mundo greco-romano dos poderosos, chamado de Maligno em 1Jo 2,13. Ao mesmo tempo, a cidade apresentava os males da ganância, exploração, corrupção, violência, imoralidade, desigualdade, miséria, fome e morte em seu interior: “Pois tudo o que há no mundo – os maus desejos vindos da carne e dos olhos, a arrogância provocada pelo dinheiro – são coisas que não vêm do Pai, mas do mundo” (1Jo 2,16).

A grande massa de “imigrantes pobres e escravos” do Oriente Médio e das margens do Mediterrâneo chegou a Éfeso para ganhar a vida e sobreviver na cidade cosmopolita. Eram pessoas pobres e desenraizadas! Elas sofriam com a insegurança e a violência na periferia. Nessa cidade, a Boa-Nova de Jesus Cristo foi semeada e espalhada, enfatizando o amor ao próximo (cf. 1Jo 2,3-11).

Por Maria Antônia Marques do CBV em “Quem reconhece que Jesus Cristo veio na carne é de Deus” (1Jo 4,2). Introdução à primeira carta de João

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