Mc 3, 31-35 – A NOVA FAMÍLIA DE JESUS

A NOVA FAMÍLIA DE JESUS

(Mt 12, 46-50; Lc 8, 19-21)

3,31 Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos; ficaram do lado de fora(e;xw) e mandaram chamá-lo: 

32 Havia uma MULTIDÃO (o;cloj)(7/35) sentada em torno dele. Então lhe disseram: “Olha, tua mãe e teus irmãos estão aí fora(e;xw) e te procuram.”

33 Ele perguntou: “Quem é minha(mou) mãe e meus(mou) irmãos?”

34   Então Ele olhou ao redor(2/5) (peribleya,menoj) para as pessoas que estavam sentadas e disse: (Cf. Mt 12,49) “Aqui estão minha(mou) mãe e meus(mou) irmãos.

35 Quem faz a vontade de DEUS (6/30), (8,33)  (Lc 11,28)(Cf. Rm 12,1-2) esse é meu(mou) irmão, minha(mou) irmã e minha(mou) mãe.”

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BP:* 31-35: Enquanto a família segundo a carne está «fora», a família segundo o compromisso da fé está «dentro», ao redor de Jesus. Sua verdadeira família é formada por aqueles que realizam na própria vida a vontade de Deus, que consiste em continuar a missão de Jesus.

** VEJA QUEM SÃO OS IRMÃOS DE JESUS

MENSAGEM (Francisco Cornelio)

Após desmascarar as autoridades religiosas, representadas no texto pelos mestres da lei, o evangelista volta a atenção para o conflito de Jesus com os seus familiares que pretendiam prendê-lo: “Nisto chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: ‘Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura’” (vv. 31-32). Jesus estava na casa e circundado por uma multidão que, certamente, o escutava atentamente. De propósito, o evangelista enfatiza duas posturas opostas diante de Jesus: ficar do lado de fora e apenas ouvir o que se diz a seu respeito, ou entrar na casa e sentar-se ao seu redor, experimentando pessoalmente o amor e a plenitude de vida que ele transmite.

O evangelista não pretende mostrar nem criar oposição ou rivalidade entre os familiares de Jesus e a comunidade dos discípulos; ele quer apenas ajudar a sua comunidade a compreender que, aceitar a proposta de vida de Jesus implica assumir uma maneira diferente de viver, com novos critérios de pertença e relação; é isso que fica claro com a resposta de Jesus: “‘Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?’ E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (v. 33-35). Com essa afirmação, ao invés de menosprezar os seus familiares, ele está dando a oportunidade de também eles entrarem na dinâmica do Reino de Deus e, ao mesmo tempo, que qualquer pessoa, independente da origem, pode fazer parte da sua família.

Para fazer parte da comunidade de Jesus, o único critério e exigência é tornar-se discípulo ou discípula; para isso, é necessário ouvir a sua palavra e fazer a vontade de Deus. Se trata de uma regra sem exceção. A adesão ao Reino exige uma conversão completa, ou seja, mudança de mentalidade, inclusive na concepção de família. O seguimento a Jesus não comporta meios termos. Seu projeto de vida exige tomada de decisão. As notícias a seu respeito se espalhavam de Jerusalém a Nazaré; muitas incompreensões surgiam com isso. Diante de isso, era e continua sendo indispensável “entrar na casa” e sentar-se ao seu redor para escutá-lo; sem essa experiência, qualquer juízo sobre a sua pessoa será parcial.

Pe. Francisco Cornelio Freire Rodrigues – Diocese de Mossoró-RN

PALAVRA DE DEUS

Mc 7,13 Assim vocês esvaziam a Palavra de Deus 
com a tradição que vocês transmitem...

Lc 5,1 Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. A multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus.

Lc 8,11 “A parábola quer dizer o seguinte: a semente é a Palavra de Deus.

Lc 8 21 Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.”

Mc 3,35  Quem faz a vontade de DEUS ,   esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”

 O culto autêntico -*

Rom 12,1 Irmãos, pela misericórdia de Deus, peço que vocês ofereçam os próprios corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esse é o culto autêntico de vocês. 2 Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito.

Lc 11,27 Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse:  “Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram.” 28 Jesus respondeu: “Mais felizes são aqueles que ouvem A PALAVRA DE DEUS e a põem em prática.”    

Lc 6, 46    “Por que vocês me chamam: ‘Senhor! Senhor!’, e não fazem o que eu digo?   47 Vou mostrar a vocês com quem se parece todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48  É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a enxurrada bateu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída.  49 Aquele que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerce. A enxurrada bateu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa.”

Mc 8,33 Jesus virou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Fique longe de mim, satanás!  Você não pensa as coisas de DEUS , mas as coisas dos homens.”

Rom 7,1-6 (Roda-pé) Os «instintos egoístas» (literalmente «carne») são os desejos e projetos do homem fechado no seu egoísmo, fonte de todos os pecados: é a vida do homem voltado para si mesmo, colocando tudo a serviço dos próprios caprichos e interesses. Daí nascem a corrupção das relações humanas e a promoção de um sistema social que institucionaliza as relações injustas, nas quais um homem explora e oprime o outro. O regime novo do Espírito é bem o contrário: a exemplo de Jesus Cristo, o homem não vive mais para si, mas para Deus e para o bem do outro. O projeto de Deus, que é justiça e fraternidade entre os homens, torna-se o projeto de uma nova ordem social, e esta supera o sistema injusto.

Gl 5,16 Por isso é que lhes digo: vivam segundo o Espírito, e assim não farão mais o que os instintos egoístas desejam. 17 Porque os instintos egoístas têm desejos que estão contra o Espírito, e o Espírito contra os instintos egoístas; os dois estão em conflito, de modo que vocês não fazem o que querem. 18* Mas, se forem conduzidos pelo Espírito, vocês não estarão mais submetidos à Lei. 19 Além disso, as obras dos instintos egoístas são bem conhecidas: fornicação, impureza, libertinagem, 20 idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, 21* inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes. Repito o que já disse: os que fazem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. 22 Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, 23 mansidão e domínio de si. Contra essas coisas não existe lei. 24 Os que pertencem a Cristo crucificaram os instintos egoístas junto com suas paixões e desejos. 25 Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito. 26 Não sejamos ambiciosos de glória, provocando-nos mutuamente e tendo inveja uns dos outros.

* 5,1-12: Cristo nos libertou, mas podemos nos tornar escravos outra vez. Precisamos permanecer vigilantes, a fim de mantermos a liberdade e nela crescer. Os vv. 5-6 apresentam a estrutura da vida cristã: o cristão é aquele que, pela fé, acolhe a ação do Espírito e a comunica através do amor; e é do Espírito que ele espera a ressurreição, a vida no Reino de Deus. A fé, o amor e a esperança são, portanto, as atitudes características do cristão, a estrutura da vida nova.

* 13-15: A vida cristã é um chamado para a liberdade. Esta, porém, não deve ser confundida com libertinagem, que é buscar e colocar tudo a serviço de si mesmo. A verdadeira liberdade leva o homem a crescer no amor e no dom de si, para colocar-se a serviço dos outros. Como os sinóticos (cf. Mc 12,31), Paulo resume a Lei no mandamento de Lv 19,18: quem ama o próximo, realiza a vontade de Deus.

* 16-18: As expressões «segundo o Espírito» e «segundo os instintos egoístas» (lit.: carne) não designam duas partes do homem, e sim duas orientações diferentes de comportamento: «segundo o Espírito» é a orientação do amor, que leva o homem a servir o outro; «segundo os instintos egoístas» é a orientação do egoísmo, que leva o homem a servir a si mesmo.

Procurar as coisas do alto -*

Cl 3,1 Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. 2 Pensem nas coisas do alto, e não nas coisas da terra. 3 Vocês estão mortos, e a vida de vocês está escondida com Cristo em Deus. 4 Quando Cristo se manifestar, ele que é a nossa vida, então vocês também se manifestarão com ele na glória.

Mt 12,50

 

QUEM É A MINHA FAMÍLIA? (Castillo)
Está claro que, para Jesus, era mais importante a relação que o unia àqueles que estavam ali, escutando-o e conversando com ele, que a relação que tinha com sua mãe e seus irmãos. Isto é, para Jesus, era mais importante a relação humana, baseada na amizade ou na fé, que a relação humana baseada no parentesco. Jesus pensava assim, devido à importância que para ele tinha a liberdade. As relações de amizade ou de fé são livres porque se fundam em convicções livremente assumidas, enquanto que as relações de parentesco nos são dadas. Ninguém pode escolher livremente quem é sua mãe ou quem são seus irmãos.
Para Jesus, os mais próximos a ele são os que fazem a vontade de Deus. No entanto, a vontade de Deus é que todos nos respeitemos, nos ajudemos, nos queiramos bem, e que jamais nos façamos mal. A vontade de Deus é que não nos relacionemos por interesse e, menos ainda, por egoísmo. Mas sabemos muito bem com que frequência e até com que extremos de brutalidade se deformam as relações de parentesco, que começam por manifestações de prepotência, de uso e de abuso, e terminam em rivalidades, rancores, desprezos, ódios, vinganças e morte. Devido uma herança ou por uma inveja, há irmãos que não se falam e, inclusive, se desprezam e até se odeiam. Como há mães “castradoras” que anulam os seus filhos. Não. Jesus somente queria a relação humana inteiramente livre. Porque é a única que nos faz mais humanos e mais livres.
A família é uma instituição fundamental. Por meio da família, os seres humanos se integram à sociedade, à cultura, à convivência. É importante proteger a família. Porém, a família é uma instituição condicionada pela cultura. E costuma evoluir com as mudanças que experimenta a cultura. É importante proteger a família. Porém, é igualmente importante proteger e educar também a liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos. Deve-se equilibrar o amor (que nos dá a família) com a liberdade (que nos garante a sociedade).

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http://padretelmofigueiredo.blogspot.com/2015/06/10-domingo-do-tempo-comum-ano-b-homilia.html

Fonte: CASTILLO, José María. La religión de Jesús – Comentarios al Evangelio diario Ciclo B (2011-2012). Bilbao (Espanha): Desclée De Brouwer, 2011, p. 85-86.

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Uma família unida pelo respeito ao Senhor – Papa Francisco – 10/06/2018Em seguida, Francisco evidenciou outra incompreensão sofrida por Jesus: a de seus familiares, “que estavam preocupados porque a sua nova vida de itinerante lhes parecia uma loucura e ele não tinha nem tempo para comer”. Quando o procuram para levá-lo de volta a Nazaré, Jesus olha para as pessoas que estavam à sua volta e afirma: “Eis minha mãe e meus irmãos!”.“ Aquele que faz a vontade de Deus é irmão, irmã e mãe para mim ”“Jesus formou uma nova família, não mais baseada em relações naturais, mas na fé Nele, em seu amor que nos acolhe e nos une, no Espírito Santo. Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos entre si”, destacou Francisco, segundo quem “aquela resposta de Jesus não foi uma falta de respeito por sua mãe e seus parentes; ao contrário. Para Maria, foi o maior reconhecimento, porque precisamente ela é a perfeita discípula que obedeceu totalmente à vontade de Deus”.
https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-06/papa-angelus-inveja-blasfemia-veneno-diabo.html
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A marginalidade do profeta

(Mc 3,20-35)

Marcelo Barros

O evangelho lido nas comunidades nesse domingo  revela que, tendo provocado e desobedecido publicamente à instituição religiosa da sinagoga, Jesus volta para casa (as primeiras comunidades cristãs se reúnem nas casas. Então, a casa de Jesus é a casa da comunidade. É a Igreja).

Isso me faz pensar nas Igrejas domésticas e quase clandestinas que se reúnem à margem das instituições oficiais e nas quais pessoas que, pela palavra de Deus, afrontam o sistema e vão além das leis vigentes, se encontram e se abastecem. No caso de Jesus, o texto diz que, naquela casa na qual Jesus se refugiava, se reunia tanta gente que eles (Jesus e os discípulos e discípulas) não podiam nem comer. Isso revela a relação de Jesus com o povão que sempre tem acesso a ele. A casa de Jesus vive sempre cheia das pessoas mais pobres das Galileias da vida. O texto alude ainda à mesa da comunidade que está sempre aberta a todos (sem nenhum apartheid eucarístico, como até hoje, ocorre em várias Igrejas).

E aí o texto de Marcos fala de dois grupos que procuram Jesus. Procuram-no não para segui-lo como discípulos e sim um grupo (o da família) para prendê-lo e levá-lo consigo. O outro (o dos mestres da lei – escribas, para acusá-lo de pertencer ao diabo e ser movido por ele). A família vem para prendê-lo. O verbo é o mesmo usado para falar dos soldados que, no horto, o prendem para levá-lo à morte. E os escribas o acusam. Dizem que Jesus expulsa o mal (o demônio) movido pela energia do mal. Jesus lhes propõe a parábola da casa dividida contra si mesma que, por estar dividida, não subsistirá. Pode estar aludindo à sua própria família que não aceita a sua missão e pode também estar se referindo aos que confundem o mal com o bem e o bem com o mal.

Ainda hoje, a esquerda e os movimentos sociais precisam sempre de novo ouvir essa palavra: a casa dividida contra si mesma se destrói a si mesma. É o que o pessoal chama hoje de “tiro no pé”. Atualmente, nesse processo de preparação para eleições, é tempo no qual as ambições pessoais e as exigências de poder tendem a se impor. E as divisões aparecem ainda mais claramente. É o que, hoje, se chamaria de “tiro no pé”.

Mas, Jesus conclui a parábola da casa dividida e de sua resposta aos escribas com a advertência de que, ao negarem que Jesus age em nome e pelo poder de Deus Amor e não do diabo, os escribas pecam contra o Espírito Santo porque chamam o bem de mal e se recusam a ver a libertação como algo bom que vem do Espírito.

Todos nós temos essa experiência: conhecemos pessoas que repetem os julgamentos do mundo iníquo e injusto sem perceberem que estão trocando o bem pelo mal. Posicionam-se do lado errado por falta de informação ou por erro de julgamento. Mas, se essas pessoas se recusam a discutir suas razões e se fecham em suas posições, não há possibilidade de conversão e de mudança. É verdade que muitos agem assim por uma espécie de opção pela alienação, mas outros (e são muitos) o fazem para preservar seus próprios interesses. Por isso, Jesus proclama essa palavra duríssima sobre o pecado contra o Espírito Santo. É isso que aqueles mestres da lei, exegetas da Bíblia, estavam fazendo ao dizer que Jesus agira movido pelo diabo. No fundo, eles não aceitavam que Jesus curasse e expulsasse o mal das pessoas libertando-as do poder e do controle deles e da religião. Ao tomar essa posição contra Jesus, eles confundem, de certa forma, maldosamente, a obra do Espírito Santo com a de Satanás.

Juan Luis Segundo, grande teólogo uruguaio e dos maiores de toda a América Latina, escreveu:  “Fazer uma interpretação equivocada do evangelho sempre será perdoável (…) O que não é perdoável é usar a teologia para transformar a libertação humana real em algo odioso. O pecado real contra o Espírito Santo consiste em recusar-se a reconhecer, com alegria espiritual, qualquer forma de libertação concreta que esteja ocorrendo diante de nossos olhos” (citado por Ched Myers em O Evangelho de Marcos, Paulinas, 1992, p. 211).

Essa é nossa experiência cotidiana. Como saber qual o lado correto e justo no qual devo me inserir? Como agir diante de famílias divididas e amigos que se distanciam por causa das posições políticas que tomam. Jesus teve de dizer: “Quem é minha mãe e meus irmãos? São todos aqueles (e aquelas) que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”. É terrível porque o evangelho diz: A sua mãe e seus irmãos estão lá fora de pé…. E Jesus olha os que estão dentro da casa sentados, escutando-o (em atitude de discípulos e discípulas). Nós também vivemos isso. Também na nossa vida, há os que estão na mesma sala, estão dentro sentados e há os que estão fora de pé. E aí há gente que seria da família de sangue lá fora e que não entra. E os que estão conosco na intimidade da casa constituem uma nova família. Como fazer essa distinção e essa opção?

O critério de Jesus e o critério nosso hoje é a causa do povo oprimido. Mas, mesmo essa causa nem sempre é clara. E aí para nós, cristãos, há um critério fundamental a partir do qual nós, cristãos, formulamos nossas escolhas sociais e políticas: a palavra de Deus. Mas, essa não aprisionada e fixa nos textos antigos. Na época de Jesus, os escribas tinham a palavra de Deus assim. Eram doutores da lei, mas não foram capazes de interpretá-la corretamente. O que Jesus diz é “se estou fazendo bem aos pobres e marginalizados do mundo, como isso pode ser coisa do diabo?”. Nesse sentido, se peca contra o Espírito Santo quando, a pessoa se fecha em uma posição injusta e equivocada e nem se Jesus descesse do céu, conseguiria fazê-la mudar de posição.

Nesses dias, o bispo novo de uma diocese do Nordeste declarou não aceitar que nenhum padre ou seminarista participe de movimento social ou de qualquer atividade ligada à Teologia da Libertação. Infelizmente, ele faz isso não por ser limitado de compreensão, ou por ter sido formado assim. Ele não quer se informar, nem se abre a qualquer discussão sobre o assunto.

Ontem, tive a oportunidade de falar no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, aqui em Recife. Ali, recebi de presente do pastor João Ferreira Santos um exemplar do seu livro “Vida cristã e participação política. Nesse livro, li o seguinte texto:  “Ao recorrer à ONU contra eventuais abusos de poder cometidos pelo juiz Sérgio Moro, o Ex-presidente Lula nos faz lembrar o apóstolo Paulo diante dos crimes que o acusavam na Palestina, no primeiro século da nossa era. (…) Mesmo sem a comprovação de nenhum crime, Paulo é acusado com base em suspeitas e ciúmes de pessoas invejosas, sendo, por conseguinte, conduzido ao tribunal do governador Festo. Em seguida, é conduzido à presença do rei Agripa. (…) Apela para César. Conduzido a Roma, é colocado na presença de César, que era o próprio Nero. No dizer de Humberto Rohden, o melhor ser humano é colocado frente à frente, com o pior homem do mundo. Mesmo assim, Nero declara não ver nesse homem nenhum dos crimes de que estava sendo acusado. A questão não era nem religiosa, nem de justiça, mas puramente política: os poderosos da época se sentiam ameaçados com a popularidade e a seriedade do trabalho de Paulo junto aos pobres e injustiçados…” (p. 83).

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

O Evangelho de hoje nos chama a assumir a postura radical e corajosa do/da profeta e alargar nossa família a todos os irmãos e irmãs que vivem no mesmo caminho da justiça e da libertação do povo oprimido. É uma alegria evangélica nos sentir nessa nova família de Jesus e isso nos dá força para podermos assumir a realidade de marginalidade do profeta.

Fonte: http://marcelobarros.com/blog/a-marginalizacao-do-profeta/

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10º Domingo do Tempo Comum – Ano B

10 de Junho de 2018

 EVANGELHO – Mc 3,20-35

Mc 3,20-21 – CONFLITO EM FAMÍLIA

Mc 3, 22-30 – JESUS E BELZEBÚ

Mc 3, 31-35 – A NOVA FAMÍLIA DE JESUS

** 10º DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B - Dehonianos

** 10º DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano B - Revista Pastoral – Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

** O QUE É MAIS SÃO? - José Antonio Pagola

** QUEM É O MAIS FORTE? - JOSÉ MARÍA CASTILLO SÁNCHEZ

** OS VERDADEIROS IRMÃOS E OS ADVERSÁRIOS DE JESUS -  Franciscanos – Pe Johan Konings sj

** BUSCANDO NOVAS ÁGUAS - Texto – Pe Antônio Geraldo dalla Costa

** BUSCANDO NOVAS ÁGUAS - Vídeos no YoufTube –  Pe Antôn Geraldo dalla Costa

** POR QUE TEMOS MEDO DE QUEM É DIFERENTE? - Pe. Adroaldo Palaoro sj

** POR QUE PROCURAMOS JESUS? - Ana Maria Casarotti

** A NOVA FAMÍLIA DE JESUS - Enzo Bianchi

** A MARGINALIZAÇÃO DO PROFETA – Marcelo Barros

** REFLEXÃO PARA O X DOMINGO DO TEMPO COMUM –  MARCOS 3,20-35 (ANO B)  -  

** VEJA MATERIAL SOBRE O EVANGELHO DE MARCOS

** EVANGELHO-DE-MARCOS-para leitura - BAIXE ESTE ARQUIVO NO SEU SMARTFONE

** Quem eram os  ESCRIBAS ou DOUTORES DA LEI? Assista este vídeo no YOUTUBE:  A LEI: INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO

 

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